ARTIGO JORNALÍSTICO

Corações do Planeta:
atentai-vos ao resfriamento global

Produzido no primeiro semestre de 2008, portanto, antes da crise econômica mundial

Já cansei de tratar sobre o fenômeno do aquecimento global, a “verdade inconveniente” do ex-vice-presidente norte americano Al Gore já cansou o meu ouvidos. Em todos os lugares, desde a prosa do boteco até as mais importantes e concorridas conferências mundiais, o assunto mais discutido é o aquecimento global. Conferências essas que reúnem chefes de Estado de todas as partes a fim de evidenciarem com suas preocupações que o assunto merece a elaboração de uma gestão que caminhe em direção à diminuição dos males que fazemos ao planeta antes que ele resolva cobrar, centavo por centavo, essa dívida ecológica.

Apesar de tanto falatório e de tanta discussão, a contrapartida da sociedade para diminuir os impactos e retardar o aquecimento global parece que vai virar pizza, com o diferencial de que, nesse caso, os ingredientes que irão ao forno somos todos nós.

O aquecimento do planeta é mais um dos filhos da globalização, é em virtude dela que as máquinas evoluíram e junto com elas houve o aumento da emissão de gases, dentre outros agravantes que colocaram a Terra em alerta. Pode-se também creditar à globalização o surgimento da Revolução Tecnológica, que nasceu com a missiva de solucionar os problemas de falta de tempo das pessoas prometendo que todos seriam mais próximos, mero engano, eis o filho caçula da globalização: o Resfriamento Global.

Analise caro leitor, quantos amigos você tem em sites de relacionamento e quantos abraços você se permitiu nesta semana? Quantos “eu te amo” você preferiu teclar a surpreender a pessoa tão amada com o mesmo “eu te amo” só que a plenos pulmões em uma madrugada de quarta-feira?

quantos amigos você tem em sites de relacionamento equantos abraços você se permitiu nesta semana? Quantos ‘eu te amo’ você preferiuteclar a surpreender a pessoa tão amada com o mesmo ‘eu te amo’ só que a plenospulmões em uma madrugada de quarta-feira?

Fora do campo tecnológico o fenômeno social do resfriamento global é o mesmo, quiçá mais grave. Nos limitamos ao bom dia, boa tarde, ao boa noite, participamos de longas reuniões executivas e mal sabemos sequer o nome de quem se sentou ao nosso lado, mas sem dúvidas sabemos as cifras que hão de render a partir daquela reunião. Estamos nos direcionando a convivências insuportáveis com pessoas altamente arrogantes onde o altruísmo e a compreensão mútua serão deixados de lado e seus postos serão assumidos por crimes bárbaros e comportamentos deploráveis que não mais terão o poder de chocar corações congelados pelo mal do resfriamento do planeta.


Estamos perdendo algo afetuoso e inocente que ainda tem o poder de nos dignificar como seres humanos e é esta perda que gera conflitos entre famílias, vizinhos, empresários, políticos, países, continentes...

É preciso que nos ocupemos dos outros, que chamemos a nós uma nova causa, não ecológica, econômica ou política e sim social. Bons tempos eram os que, por obrigação com a própria consciência, realizávamos “a boa ação do dia”, milhões de pessoas realizando a tal boa ação geram milhões de boas ações todos os dias, é matemático.

A preocupação com esta teoria do resfriamento global que vos trago deve ser equivalente à do aquecimento global e por esta razão eu conclamo a todos a conjugar o infinitivo pessoal do abraço, porque quando eu abraçar, quando tu abraçares, quando ele abraçar, quando nós abraçarmos, vós abraçardes e eles abraçarem esse mundo será muito menos frio e se acaso os impactos do aquecimento global não forem diminuídos, ao menos vamos ao forno imbuídos de um sentimento mais humano e poderemos dizer que não viemos à Terra a passeio em uma viagem de turismo apática e sem muitas emoções a compartilhar, viemos com nossos corações aquecer o planeta e mostrar que com carinho tudo é mais gostoso.

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