É esta a juventude que transita nas calçadas estreitas e ruas de asfalto esburacado do Universitário, bairro da cidade de Uberaba que abriga a maior universidade particular do Triângulo Mineiro.
Não tem mansões, não possui grandes avenidas, não tem sequer uma agência bancária e nem tampouco abriga órgãos públicos relevantes. Naquele bairro não moram apenas famílias constituídas, a maioria dos seus habitantes está inquilino de proprietários de kit nets e de pequenos apartamentos de dois ou três quartos.
O bairro se confunde com o futuro de milhares de estudantes-moradores que estão ali de passagem e que pra sempre se lembrarão de suas ruas e edificações como cenário de sua formação superior. É esta a juventude que transita nas calçadas estreitas e ruas de asfalto esburacado do Universitário, bairro da cidade de Uberaba que abriga a maior universidade particular do Triângulo Mineiro.
Durante o dia, facilmente é possível se intrigar com os passos apressados da garota que veste branco e possivelmente está atrasada para uma aula de anatomia. As noites do bairro são badaladas, o vaivém de pessoas das casas à universidade ganha o ritmo dos bares e das festas nas repúblicas regadas a vodka com qualquer coisa e música sertaneja, no mais típico estilo universitário.
Vez por outra o bairro morre, se emudece, pára. Seja no fim do ano ou nas férias de julho. Os universitários vão para seus bairros de nascença encontrar os amigos de infância, os vizinhos legítimos, a família acolhedora. É nesse período de calmaria que a badalação abre espaço para a timidez das poucas famílias que possuem residência fixa no bairro. A senhora aposentada que vive de ganhar dinheiro com um pensionato estudantil recebe a visita dos filhos graduados, o locatário limpa a poeira e expõe a velha placa de “aluga-se”, e os comerciantes entediados se assustam quando um aparece cliente. Todos aguardam fevereiro, quando a volta às aulas traz o bairro de volta, e tudo toma seu lugar, calouros vão se misturar a veteranos, a dona da pensão vai conhecer gente nova e ajustar o preço da mensalidade... tudo como sempre, como numa roda viva nesse bairro de passagem.
*Texto produzido para a disciplina de Livro-reportagem quando a proposta era descrever um bairro da cidade utilizando o denotativo e conotativo.
Comentários
Parabéns, aposto que a Celi adorou.
Bj bj
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