Quando criança eu não me comunicava. Demorei mais que o comum para aprender a falar. Minha avó paterna ouviu dizer que se colocassem um pintinho para piar três vezes na boca da criança que não falava, ela começaria a falar.
Comigo, a simpatia funcionou. Não sei precisamente quanto tempo demorou após os três pios, mas o fato é que não me calei mais.
Comigo, a simpatia funcionou. Não sei precisamente quanto tempo demorou após os três pios, mas o fato é que não me calei mais.
Desenvolvi enquanto criança um gosto especial pela leitura, motivado pela minha tia-mãe, Sueli Barroso, que só tinha 6ª série do que chamamos hoje de Ensino Fundamental, mas que é uma das pessoas mais intelectuais que conheço graças aos livros de todos os tipos até esgotarem-se as possibilidades da biblioteca da Câmara Municipal de Tupaciguara.
Minha avó paterna ouviu dizer que se colocassem um pintinho para piar três vezes na boca da criança que não falava, ela começaria a falar. Comigo, a simpatia funcionou.
E falando, eu sempre disse que queria ser jornalista, desde quando mal sabia o que isso significava. Participei de programas na rádio AM, como entrevistado e entrevistador na Rádio Rural, visitava as redações dos impressos e assistia muita televisão até muito tarde da noite - e não era no canal de pornografia.

Brincando de ser jornalista. Não lembro como se chamava o programa, mas hoje vendo essa foto eu chamaria de "Lingerie News".
Com o tempo, aprendi que o jornalista funcionava como importante voz de uma comunidade. Que era o cara que buscava conhecimento para proporcionar conteúdo de qualidade para um público leitor/telespectador/clicador. Nesse sentido, percebi na escola graças aos bons professores que tive na "Estadual Sebastião Dias Ferraz" boas habilidades em dissertar, em ler e compreender, em gostar de literatura, em debater com o quem eu não concordava, além de pesquisar a história, essa minha paixão de fim de semana.
Cursei o último ano do Ensino Médio inquieto, ansioso, de saco cheio pra Física, Química e Matemática. Maluco para começar a conviver com meus "iguais". Gente que também pesquisasse, que criticasse e que falasse com liberdade.
Na faculdade a gente percebe que, assim assim, não existem "iguais". Também lá existem aptidões diversas, interesses conflitantes. E que bom foi ter descoberto isso. Tive uma formação acadêmica apaixonada e muito bem embasada, numa instituição carregada de tradição e com os olhos no futuro. No curso de Jornalismo da Uniube (Universidade de Uberaba), meu tema de TCC graças à sua ancestralidade - o primeiro de Minas Gerais, aprendi coisas tão preciosas com gente mais preciosa ainda.

Formatura em Comunicação Social - Jornalismo, janeiro/2011, graças a Suelene, Sueli e Suzélia Barroso.
Ao me formar e, certamente em uma consciência crítica amplamente diferente da que tinha quando dizia às favas que seria jornalista, descobri a imensidão de possibilidades, de discursos, de mídias e como se multiplicaram as formas de se fazer a mesma coisa, algo tão trivial quanto mágico: contar histórias.
Eu escolhi certo.
Comentários
fantástico o seu artigo! Um pouco da história pessoal, cuidado nas citações e valorização do senso comum (da querência da sabedoria popular, sobretudo mineira). Sutileza no humor quanto as lingeries, sem citar a dona das mesmas e... despertando-me certa curiosidade: você aprendeu a nadar com a mesma técnica com que aprendeu a falar? (risos)
Em GO e TO, engole-se 3 "piabas" (peixinhos) para aprender tal feito?!
Saudade, e SUCESSO ... "já é"!
Como publicitário sempre fui sedento por novidades e meu pai sempre deixou a disposição um grande leque de revistas, jornais e tv por assinatura. Já minha mãe elogiava meus rabiscos desde o pré ;)
Ainda vou escrever um post bacana assim no meu blog!