Eu aprendi a ser resistente aos animais. Não pense que isso é fácil. Como não se derreter ao ver um gatinho filhote se higienizando pacientemente lambendo o corpo todo? Como conseguir se manter imóvel quando um cãozinho entrega a seus pés a bolinha que ele gostaria que você lançasse longe? Isso só pra ficar nos exemplos mais óbvios dos animais mais presentes no cotidiano dos seres humanos.
No meu cotidiano não. Me condicionei a isso desde pequeno. Não sei por qual razão a minha mãe nunca permitiu que a gente tivesse animal de estimação em casa. Depois disso, convivi na escola com colegas que choravam muito quando o cachorrinho deles morria. Eu logo decidi que não queria aquele sofrimento a mais. Cresci na certeza de nunca querer ter um estimação por animal nenhum.
O problema é que a indiferença muitas vezes se transforma em repulsa. E por muitas vezes me flagrei julgando quem gostava muito de animais. Me flagrei insensível ao ver um cão faminto ou mancando por ter machucado a pata na rua. Me flagrei detestando os animais sem motivo algum.
A vantagem é que podemos relativizar as decisões da gente. De repente eu encontrei alguém que amo. E mesmo depois de anos convivendo, ela desiste implantar na minha cabeça que eu deveria ter um animal de estimação pra me fazer companhia. Moro sozinho em Belo Horizonte, rotina apertada, correria, mas sem ninguém pra dividir as horas de folga.
Até que fomos passear durante a famosa Mostra de Cinema de Tiradentes. Tinha tudo pra ser um fim de semana bacana e normal de casal. E vinha sendo até entrarmos num jardim que servia como restaurante. É que no jardim ficava a solta um lindo cão da raça chow chow. Cabe aqui mais uma daquelas questões lá do início desse texto: como resistir a um ser tão fofo como desses?
A mulher que eu amo disse que essa deveria ser a raça de cachorro que eu deveria ter. Segundo ela, é uma raça cujo os indivíduos são muito antissociais. Não são daqueles cães que pulam em você quando você chega em casa. Não ficam te lambendo e ao seu redor o tempo todo. São mais independentes.
Achei esse ponto de vista interessante. Dada a condição que criei nos últimos 26 anos, se era pra ter um cachorro, que ele fosse exatamente desse jeito que ela descrevia.
No domingo voltamos pra casa. Já era noite quando eu subia a timeline do Instagram até me deparar com a postagem do meu amigo Breno Camelo.
Era muita coincidência.
E o resumo da história a partir daí é que nos últimos minutos daquele domingo, a Valentina já estava choramingando aqui em casa.
Então o dia de hoje é muito importante pessoalmente pra mim. É a quebra de um paradigma à base do amor. Primeiro pelo amor que sinto por quem me aconselhou ter a companhia de um cãozinho. Depois, o amor crescente que essa pequena bolinha de pelos vai tendo a cada dia.
Olha ela aí.
No meu cotidiano não. Me condicionei a isso desde pequeno. Não sei por qual razão a minha mãe nunca permitiu que a gente tivesse animal de estimação em casa. Depois disso, convivi na escola com colegas que choravam muito quando o cachorrinho deles morria. Eu logo decidi que não queria aquele sofrimento a mais. Cresci na certeza de nunca querer ter um estimação por animal nenhum.
O problema é que a indiferença muitas vezes se transforma em repulsa. E por muitas vezes me flagrei julgando quem gostava muito de animais. Me flagrei insensível ao ver um cão faminto ou mancando por ter machucado a pata na rua. Me flagrei detestando os animais sem motivo algum.
A vantagem é que podemos relativizar as decisões da gente. De repente eu encontrei alguém que amo. E mesmo depois de anos convivendo, ela desiste implantar na minha cabeça que eu deveria ter um animal de estimação pra me fazer companhia. Moro sozinho em Belo Horizonte, rotina apertada, correria, mas sem ninguém pra dividir as horas de folga.
Até que fomos passear durante a famosa Mostra de Cinema de Tiradentes. Tinha tudo pra ser um fim de semana bacana e normal de casal. E vinha sendo até entrarmos num jardim que servia como restaurante. É que no jardim ficava a solta um lindo cão da raça chow chow. Cabe aqui mais uma daquelas questões lá do início desse texto: como resistir a um ser tão fofo como desses?
A mulher que eu amo disse que essa deveria ser a raça de cachorro que eu deveria ter. Segundo ela, é uma raça cujo os indivíduos são muito antissociais. Não são daqueles cães que pulam em você quando você chega em casa. Não ficam te lambendo e ao seu redor o tempo todo. São mais independentes.
Achei esse ponto de vista interessante. Dada a condição que criei nos últimos 26 anos, se era pra ter um cachorro, que ele fosse exatamente desse jeito que ela descrevia.
No domingo voltamos pra casa. Já era noite quando eu subia a timeline do Instagram até me deparar com a postagem do meu amigo Breno Camelo.
Era muita coincidência.
E o resumo da história a partir daí é que nos últimos minutos daquele domingo, a Valentina já estava choramingando aqui em casa.
Então o dia de hoje é muito importante pessoalmente pra mim. É a quebra de um paradigma à base do amor. Primeiro pelo amor que sinto por quem me aconselhou ter a companhia de um cãozinho. Depois, o amor crescente que essa pequena bolinha de pelos vai tendo a cada dia.
Olha ela aí.
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