Nunca mais vou voltar a postar aqui

Em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, somos apresentados ao Mapa do Maroto. O pergaminho é basicamente um Waze dos tempos bruxos remotos e diz com precisão por onde anda cada pessoa nos interiores da escola de magia de Hogwarts. A razão pela qual faço essa referência aqui são as palavras mágicas que precisam ser ditas para que o pergaminho acima de qualquer suspeita funcione como mapa na história de J. K. Rowling.
"Eu juro solenemente não fazer nada de bom."
Ao menos nas vezes em que o mapa é utilizado nas obras sobre Harry Potter, sempre é pra se fazer algo de bom. Ou seja, exatamente o contrário do juramento que serve como abracadabra

Eis então a explicação ao título deste post.


Desde abril de 2008, quando este blog surgiu, houve pelo menos quatro publicações em que eu prometesse voltar a atualizá-lo. E todas fracassaram.

Em "De volta a ativa!", fiz um combinado com os leitores da época. Eu atualizaria sempre enquanto eles visitassem sempre aquele espaço no blogspot. O curioso é que aquela foi a época em que o blog teve mais leitores assíduos. Então quem não cumpriu a promessa fui eu mesmo. 

Este blog surgiu como uma obrigação acadêmica. O professor de jornalismo nos incentivou a manter um espaço e a comentar nos blogs dos colegas. Na época já me interessou bastante a ideia, mas só hoje passados tantos anos da crista da onda da era dos blogs, é que compreendo o quanto aquela proposta foi rica e como poderia ser ainda mais a depender da dedicação de cada um dos colegas, inclusive a minha.

Depois do semestre em que o blog era obrigatório, continuei a postar.  E de lá pra cá esse espaço teve vários objetivos, chegou a mudar de nome, mudou várias vezes de layout. Mas acredito ser esse o momento de descarregar criatividade e pensamentos aqui. Por isso dei um até logo ao blogspot e as boas vindas ao endereço mais personalizado de josuabarroso.com. Quem sabe gastando anualmente o blog receba pelo menos uma publicação a cada vez que ocorrer o débito automático.

Em "Começo de férias, fim de férias do blog", eu já assumo logo no título que estava sumido e faço uma nova promessa. Dali em diante o blog se tornou mais um amontoado de relatos acadêmicos. Muitos textos produzidos para as disciplinas da faculdade vinham parar aqui.

Um desses textos é o que parece ter vida própria até hoje. Um perfil jornalístico que escrevi para uma das disciplinas da faculdade. E essa não parece ser uma tarefa em desuso. Até hoje ao buscarem por modelos de perfis no Google, vários estudantes acabam encontrando esse blog exatamente nesse perfil que escrevi. Muitos deles, gentis, acabam visitando a parte de comentários e relatando que o texto foi útil na execução da tarefa. Que bacana. E é por essa razão que quero poder escrever mais perfis.

Em "Desculpem a poeira...", vou logo jogando toda a culpa pela falta de publicações no Twitter. Era a nova rede social da época e de fato me consumia horas e horas do dia. Boa parte dessas horas eram bem aproveitadas. Outra parte era de ócio criativo e de ócio mesmo. Depois de jogar a culpa, eu passo a fazer um resumo de mais tarefas acadêmicas e foi nessa publicação que encontrei uma produção que fiz em grupo para "radiojornalismo". Na época não me esforcei em divulgar o trabalho porque achei muito brega. E ouvindo de novo passados tantos anos, achei igualmente brega. O que mudou tantos anos depois foi a maneira de se sentir brega. Hoje é uma honra saber que apesar de brega, o mais importante é ter história pra contar. E o que seria de um jornalista não fossem as histórias para contar, não é mesmo?

Em "Ressuscitou ao décimo oitavo mês", eu já perdi até a vergonha de contar o tempo em que não havia postagens por aqui. Mas fico feliz de ter escrito algo em um momento de tamanha efervescência no país. Foi em junho de 2013 e qualquer um com capacidade de memória mediana vai conseguir associar o que esse período representou para o Brasil. Foi o tal "gigante" que acordou até esse blog na época. O primeiro texto já como jornalista formado. Certamente daí por diante a conturbada vida de quem faz jornalismo e televisão tomou conta das horas dos meus dias. Foram tantos acontecimentos a partir de junho de 2013, que resta lamentar que eles não tenham sido publicados aqui. Algumas experiências chegaram até na minha página no Facebook, ganharam comentários e poderiam ter vindo pra cá. Por isso, aproveitando que as configurações de postagens permite, vou trazê-las de pouco em pouco colocando a data do acontecimento coincidindo com a data da publicação.

O que dá pra ver nesse "Mapa do Maroto"
A verdade é que depois de formado, ficou meio que sem objetivo manter um blog. A minha obrigação profissional passou a ser levar conteúdo para a TV na medida em que as coisas aconteciam dia-a-dia na cidade onde eu estava trabalhando.

Ter um blog perdeu o sentido porque várias redes sociais surgiram e a opinião ou a experiência da gente sobre algo acabou podendo ser resumida a 140 caracteres, uma foto, quinze segundos... Mas preciso dizer que a sensação de reencontrar escritos de anos passados é muito boa.

Quando eu estava preparando este blog para que ele voltasse, passei por cada postagem. Percebi que em algum momento bobo eu devo ter apagado algumas coisas. O que é uma pena. A internet fortaleceu tanto o conceito de timeline que a gente não deveria apagar nada, nunca! Porque esses somos nós, errando e acertando. Com a vantagem de poder editar um erro ou outro erro bizarro de português que a gente acaba encontrando.

Destino
Se o "mapa do Maroto" fosse mesmo um Waze, além de saber onde estão os grandes fluxos, daria pra acrescentar pra onde vamos. E essa é uma pergunta filosoficamente pesada de se fazer.

Mas os próximos passos desse blog estão parcialmente definidos. Aqui vão estar registros de pensamentos e experiências. Só pela certeza de que a cada fase da vida eles estejam aqui prontos pra mostrar como funcionava esse ser humano-autor a cada momento.

Escrever pra mim sempre foi um prazer. E redescobrir esse prazer é um novo prazer.
"Malfeito feito!"

Comentários