É com grande pesar que comunicamos o falecimento da seleção brasileira na Rússia às quartas de final. Conhecida como “seleção de todas as copas” ou até como “seleção pistola”. Quem desejar prestar as condolências à pentacampeã pode comparecer a qualquer bar ou botequim desse país onde certamente vai encontrar um torcedor consternado e até surpreso pelo desaparecimento da “seleça”. O brasileiro em luto antecipa os agradecimentos.
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Crédito: Facebook Oficial Confederação Brasileira de Futebol |
Doze toques. Essa foi a marca atingida por Gabriel Jesus na partida que o Brasil se despediu da Copa. Só o goleiro Alisson tocou menos na bola que o camisa 9. Na Premier League em 2017, jogando pelo Manchester City, Jesus jogou 106 minutos em dois jogos após sair do banco de reservas e tocou 46 vezes na bola. O que teria acontecido de lá pra cá?
Desespero. Esse foi o sentimento flagrante na vitória do Brasil em cima da Costa Rica com dois gols nos descontos finais. Aos 46 e 52 do segundo tempo. A primeira vez na história das Copas que a nossa seleção venceu uma partida marcando só nos acréscimos. Desespero também foi como Renato Augusto – que brilhou tanto quanto pôde – avaliou o desempenho da equipe após um gol contra marcado por Fernandinho nas quartas de final.
Sem comando. A estratégia de Tite de fazer um inédito rodízio de capitães a cada jogo provocou atitudes acéfalas dentro de campo em várias partidas. Principalmente nos dois primeiros jogos. O teatro de Neymar ao tentar cavar pênaltis e retardar partidas. Xingamentos sequenciais ao árbitro e a adversários. O cartão amarelo que o camisa 10 levou e que provocou outro amarelo para Philipe Coutinho.
Elenco de apoio. E que apoio. No comando fora de campo, o técnico Tite criou coadjuvantes que superaram o protagonista trivial. Desde que assumiu a seleção, trouxe Paulinho, investiu em Coutinho e deu uma nova chance a Marcelo e a Thiago Silva. Ainda tivemos Firmino.
Números. O retrospecto do técnico Tite é absolutamente vitorioso. O comandante da seleção se despede da Rússia sem levar nas malas um grande vexame. Contra a Bélgica, carregou um time com garra até o apito final. Até aqui, Tite venceu 20 vezes, perdeu duas e empatou em quatro ocasiões – uma delas na primeira fase da Copa contra a Suíça. Com Tite, a seleção marcou 55 vezes e sofreu apenas 8 gols. Em coletiva de imprensa após a eliminação na Copa, ele disse: “Não falo absolutamente nada a respeito de futuro. É um momento de emoção”.
Amadurecimento. A média de idade dos jogadores da seleção na Copa da Rússia foi uma das maiores entre as demais equipes. Ainda assim, ao se comparar com outras seleções brasileiras em Copas, esse é o elenco mais jovem. O Brasil tem nomes que certamente têm condições de estampar nossas camisas em 2022 no Catar. Douglas Costa que brilhou contra a Costa Rica na Copa, vai ter 31 anos quando a seleção de 2022 será convocada. Danilo, Casemiro, Neymar e Firmino terão 30. Gabriel Jesus pode ter sua segunda chance aos 25 anos.
Futurologia. Há muito que vir. O Brasil terá a oportunidade de se recompor ainda esse ano. Amistosos deverão ser agendados e a seleção ainda terá a oportunidade de se redimir diante da torcida jogando em casa uma Copa América em 2019.
O Brasil se despede dessa Copa, muito melhor do que se despediu da sua própria Copa em 2014.
Daniel Aloisio e Josuá Barroso para o Time do Tas
*Essa reportagem multimídia faz parte de um conjunto de conteúdos publicados no site especializado em jornalismo esportivo "Torcedores.com" por ocasião da Copa do Mundo Rússia 2018 dentro de uma cobertura intitulada "Time do Tas". Um grupo com 11 jornalistas selecionados entre milhares no Brasil que durante cerca de 4 meses foram comandados por Marcelo Tas, Renan Prates e Lucas Tieppo.
Publicada originalmente em Torcedores.com
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